Sunday, September 03, 2006

Missão SMART-1

Com o impacto da nave SMART-1 na superfície da Lua, a Agência Espacial Europeia (ESA) concluiu hoje a sua primeira missão lunar, na qual tentou esclarecer a origem do satélite e testou novas tecnologias. A missão foi concluída hoje com o impacto controlado da nave sobre a superfície da Lua, no lago da Excelência, situado no Pólo Sul do satélite, informou a ESA. O choque da nave europeia com a Lua provocou uma cratera de cerca de cinco a dez metros de diâmetro e um metro de profundidade. O satélite espacial começou a cair a uma altitude de menos de 300 quilómetros da Lua a uma velocidade de dois quilómetros por segundo.A sonda caiu nas coordenadas lunares de 36,44 graus Sul e 46,25 graus Oeste. Os especialistas adiaram o impacto, previsto inicialmente para 17 de agosto na parte não visível da Lua, e fizeram várias manobras para permitir que o choque ocorresse na face visível para que os astrónomos pudessem vê-lo. A colisão só foi visível nos Estados Unidos e no Pacífico. O director de operações da missão, Octavio Camino, explicou que serão necessários "muitos meses" até que se possa considerar a missão concluída, já que ainda terá que tirar conclusões do grande volume de dados reunidos pela nave.O objetivo principal da nave SMART-1, que custou 110 milhões de euros (140 milhões de dólares), foi testar tecnologias, como o sistema de propulsão iónico, que será usado em futuras missões planetárias, como por exemplo, a missão a Mercúrio. A SMART-1 foi lançada em Setembro de 2003, um ano depois alcançou a órbita lunar, e depois colocou-se na sua posição definitiva de trabalho. A nave percorreu cem milhões de quilómetros e consumiu apenas 50 litros de combustível, graças à economia permitida pelo motor de propulsão iónica. A SMART-1 testou novas técnicas para conseguir a navegação autónoma dos veículos espaciais e novas tecnologias no segmento de observação de informação de satélites através da internet e do PDA (Personal Digital Assistant). Ao mesmo tempo, a missão SMART-1 fornecerá pistas sobre a origem deste misterioso satélite. Uma das teorias mais aceites actualmente para explicar a formação da Lua é o possível impacto da Terra com um asteróide gigante do tamanho de um planeta durante a formação do Sistema Solar.O espectrómetro de raios X D-CIXS, um dos instrumentos que a nave levava a bordo, detectou cálcio, alumínio, magnésio e silício na superfície da Lua. Desde as missões do final da década de 60 e início dos anos 70, quando os astronautas americanos do Apolo trouxeram as primeiras rochas da Lua, os cientistas encontraram uma grande semelhança entre as pedras lunares e as da Terra. A análise da nuvem de pó gerada pelo impacto dará informações sobre os elementos que formam a superfície da Lua e permitirá esclarecer o mistério de sua formação. A viagem da SMART-1 à Lua durou pouco mais de um ano, muito tempo se for levado em conta que se pode chegar em poucos dias ao satélite com uma propulsão convencional. Mas o sistema de propulsão iónica usado pela sonda não proporciona o forte impacto dos lançadores com combustível químicos, por isso a SMART-1 girou ao redor da Terra numa órbita elíptica, usada geralmente por satélites de telecomunicações, e aproveitou vários impulsos gravitacionais até se aproximar da Lua e ser absorvida pela sua gravidade, em Novembro de 2004.

Fonte: Agência EFE

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